Popload Festival retorna com line-up maduro, mas com falhas na programação 1x6k6p
Evento ocorreu no último sábado, 31, no Parque do Ibirapuera em São Paulo; confira detalhes sobre os principais shows 6a3s63

O Popload Festival retornou em 2025 com a proposta de unir novos e antigos talentos. Nomes como St. Vincent, Kim Gordon, Laufey e The Lemon Twigs deixaram o festival com a cara mais eclética e o seu público, dividido entre jovens de meia-calça, roupas bordadas e lacinhos no cabelo e adultos com camisetas de bandas de post-punk.
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Os shows no Parque do Ibirapuera reuniram atrações muito bem preparadas, como os norte-americanos do The Lemon Twigs, comandados pelos irmãos Brian e Michael D’Addario, de 28 e 26 anos. Com músicas que emulam um surf rock melódico e lembram os Beatles em alguns momentos, os irmãos conduziram o show de maneira protocolar, mantendo interações desajeitadas com o público brasileiro e sendo contagiados de tempos em tempos por uma empolgação explosiva que os fazia pular muito alto em posse de suas guitarras.
Kim Gordon, ex-integrante do Sonic Youth, chegou ao palco já com os dois pés na porta após a apresentação emocionada de Terno Rei com Samuel Rosa. A quebra de atmosfera deixou o público envolto de silêncio atento, que contrastou com o palco ensurdecedor de sua banda — que até chave de fenda usou para fazer efeitos na guitarra. Com uma atitude comedida e interações pontuais com o público, Kim Gordon tocou músicas de seus discos solo No Home Record e The Collective, pouco melódicos e muito experimentais. Hesitante, o público com um corpo muito grande de fãs da romântica Laufey só se empolgou ao final do show, com a caótica Hungry Baby.
Depois de três shows que honraram aquilo que um festival deveria ser — um espaço de descoberta de diferentes propostas musicais —, falhas começaram a surgir. A maior delas, provavelmente, foi uma simples questão de organização que afetou o direcionamento do público para aproveitar a experiência da melhor maneira possível.
O show de Laufey, a islandesa que canta músicas românticas misturando jazz, bossa-nova e música clássica em suas composições autorais, ficou entre as apresentações de Kim Gordon e St. Vincent, dois shows de rock com propostas similares, cuja continuidade faria mais sentido. Um ponto a considerar ainda é que boa parte do público que ocupava a pista durante no show de Gordon eram fãs de Laufey esperando pelo seu show, e que de modo geral, não se mostraram interessados no som de Kim e sua banda.
O entusiasmo só foi recuperado quando Laufey subiu ao palco. Logo se viu uma enxurrada de telefones sendo levantados para gravar a jovem, cujo sorriso não deixou seu rosto nem por um momento. Conversadora, a islandesa dividiu sua hora de show entre agradecimentos, piadas e a exibir seu talento como multi-instrumentista, tocando cello, piano, violão e guitarra. “Vocês sabem aquela sensação quando estão em um relacionamento? Provavelmente não, porque isso é um show da Laufey”, brincou ela. Apresentando suas músicas e os sentimentos por trás delas, Laufey conseguiu fazer o show mais ível de todo o festival.
Chegando ao fim da noite, St. Vincent apresentou seu rock furioso ao longo de 12 canções, escolhidas de cinco de seus oito álbuns de estúdio. Cada canção parecia um show à parte, com a rockeira sendo engolida por luzes escuras e fazendo seus os de dança singulares enquanto se jogava no chão em cima de seu guitarrista. O início, marcado por músicas como Broken Man e Los Ageless, foi singelo, preparando o território para que o show crescesse até o seu fim apoteótico com a tríade New York, Sugarboy e All Born Screaming.
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