Bancos estrangeiros apostam em queda do dólar nos próximos meses
Morgan Stanley estima uma queda de 9% no valor da moeda americana até a metade de 2026 em comparação com uma cesta de moedas estrangeiras

As perspectivas para o dólar e para os títulos de longo prazo americanos continuam negativas diante do risco de desaceleração da economia americana e da possibilidade de corte de juros nos Estados Unidos. A mais recente instituição financeira internacional a prever o enfraquecimento do dólar nos próximos doze meses foi o Morgan Stanley, que estima uma queda de 9% no valor da moeda americana até a metade de 2026.
Segundo a projeção do banco, esse será o menor nível do Índice do Dólar dos EUA (DXY) desde a pandemia de covid-19. “Acreditamos que os mercados de taxas de juros e de câmbio iniciaram tendências significativas que vão se manter — levando o dólar americano a níveis muito mais baixos e tornando as curvas de juros muito mais inclinadas — após dois anos de negociações voláteis dentro de amplas faixas”, escreveram os analistas do Morgan Stanley no comunicado divulgado no sábado, 31.
O Goldman Sachs também alertou que as tentativas do presidente americano Donald Trump de aumentar a arrecadação, incluindo por meio de tarifas comerciais, terá o efeito de pressionar o dólar ainda mais para baixo. Desde janeiro o DXY, que acompanha a variação do dólar diante de uma cesta de moedas estrangeiras, já registrou uma queda de cerca de 9%.
Já a Nomura, instituição financeira do Japão, projeta que o euro vai se fortalecer em relação ao dólar até o fim e 2025, alcançando uma proporção de 1,20 euros por dólar (nesta segunda-feira, estava em torno de 1,14). Na semana ada, o JPMorgan Chase recomendou a compra de outras moedas internacionais, como iene e euro, em vez do dólar. Além disso, algumas das principais corretoras de investimentos do mundo, como a Pimco, estão desestimulando a compra de títulos de 30 anos do tesouro americano.
Conforme demonstrou a reportagem de capa da edição de junho da VEJA NEGÓCIOS, o enfraquecimento do valor do dólar, as políticas comerciais erráticas dos Estados Unidos e a crescente dívida americana colocam o domínio internacional da moeda em xeque.