Dólar e Ibovespa recuam em meio às tarifas de Trump e IOF
Presidente dos EUA dobra taxas de importação sobre aço e alumínio de 25% para 50%; Haddad acredita que questão do IOF será resolvida nesta semana

No primeiro pregão do mês, o dólar encerrou em baixa de 0,75%, cotado a 5,72 reais, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, registrou baixa de 0,18% após o fechamento de mercado, aos 136.786 pontos. Hoje, os negócios se movimentaram em meio a novas reverberações da guerra comercial travada por Donald Trump e a nova projeção para a inflação no Brasil.
No exterior, os holofotes voltam ao “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a outros países. Nesta manhã, o republicano anunciou que irá dobrar de 25% para 30% as tarifas comerciais sobre o aço e o alumínio importados. “Nossas indústrias de aço e alumínio estão se recuperando como nunca. Esta será mais uma GRANDE notícia para nossos maravilhosos trabalhadores do setor”, afirmou Trump em seu perfil na rede Truth Social. A medida entrará em vigor a partir desta quarta-feira, 4.
Ainda no tema da guerra comercial, a disputa direta entre EUA e China continua em movimentação. Após Trump ter acusado a China de violar o acordo tarifário firmado pelas duas nações, Pequim se manifestou e afirmou que o governo americano “prejudicou seriamente” o acordo feito durante as negociações em Genebra, quando as duas nações reduziram tarifas sobre produtos importados um do outro. Segundo o ministério chinês, as violações incluem a interrupção de vendas de software de design de chips de computador para empresas chinesas, alertas contra o uso de chips feitos pela Huawei e o cancelamento de vistos para estudantes chineses.
No entanto, o valor da moeda americana registrou alívio ante ao real, apesar do clima de caos gerado por Donald Trump. Isso acontece, provavelmente, pelo que o mercado financeiro apelidou de “TACO: Trump Always Chickens Out”, uma gíria que, em tradução não literal, significa que Trump sempre recua de suas próprias medidas e discursos.
No cenário doméstico, o destaque foi o Boletim Focus da semana. Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a projeção para a inflação de 2025. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é que ele encerre o ano a 5,46%, ante aos 5,50% projetados na semana ada. Mesmo assim, o resultado veio acima do teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Somado a isso, a questão do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continua em discussão na Câmara e no Senado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que será possível resolver e melhorar a regulação do IOF e também iniciar a discussão sobre questões estruturais ainda nesta semana. A situação se agrava em meio à notícia de que a agência de classificação de riscos Moody’s piorou a perspectiva para a economia do Brasil. A perspectiva da nota de crédito do país foi rebaixada de “positiva” para “estável”.