Governo vai apresentar medidas fiscais depois de reunião com líderes no domingo, diz Haddad
Ministro da Fazenda disse está atendo pedido "singelo" dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai se reunir com líderes partidários para apresentar medidas de ajuste fiscal alternativas ao aumento do Imposto de Operações Financeiras (IOF) no próximo domingo, 8. Haddad disse que só haverá uma apresentação oficial das medidas depois da reunião. “Não é um mero anúncio que nos interessa”, disse durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 3, ao frisar a necessidade de um alinhamento prévio entre os poderes Executivo e Legislativo acerca das novas medidas fiscais. Sobre o teor das propostas a serem apresentadas, o ministro se limitou a dizer que as medidas fiscais são “justas” e “sustentáveis”.
A espera até depois de domingo para apresentar as propostas após a reunião com os líderes foi um pedido “singelo” dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AL). Segundo ele, tanto Motta quanto Alcolumbre estão bastante seguros que as medidas fiscais propostas são justas e sustentáveis, tanto do ponto de vista social quanto econômico. “Nós estamos todos registrando essa sintonia que há hoje entre a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o governo federal”, disse Motta.
Já o presidente do Senado reforçou a necessidade da agenda de corte de gastos trazer ganhos no longo prazo, com mudanças substanciais na estrutura fiscal do país — diferentemente do que ocorreu com o aumento do IOF, uma medida de cunho arrecadatório e praticamente emergencial. “Nós não podemos discutir um decreto (do IOF) se não discutirmos uma agenda estruturante de país”, disse Alcolumbre. Para tanto, o parlamentar do Amapá afirmou que o Congresso está disposto a enfrentar “agendas sensíveis”.
Sobre o prolongamento do aumento do IOF, Haddad disse que precisa da aprovação de parte das medidas de ajuste para que seja possível rever o decreto que aumentou o IOF. “Tem a lei de responsabilidade fiscal, tem o arcabouço fiscal, tenho uma série de constrangimentos legais”, explicou o ministro.