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Por que a inflação de maio é decisiva para o rumo da Selic na semana que vem

Queda nos núcleos e alimentos, leva economistas a defenderem que Copom pode encerrar o aperto ou, no máximo, subir juros em mais 0,25 ponto na próxima reunião

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jun 2025, 11h53 - Publicado em 10 jun 2025, 11h15

O comportamento da inflação no mês de maio reforça a discussão sobre se o Banco Central já pode encerrar o ciclo de alta de juros ou, no máximo, realizar um ajuste residual de 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para a semana que vem: 17 e 18 de junho.

De acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, 10, pelo IBGE, o índice subiu 0,26%, ante projeção de 0,32%. A variação acumulada em 12 meses recuou de 5,53% para 5,32%. Os núcleos de inflação –  que excluem itens com preços mais voláteis, como alimentos e energia, para mostrar a tendência mais persistente dos preços – desaceleraram. O índice de difusão, que mede o percentual de itens da cesta de consumo com aumentos de preços, também caiu. Junto à desaceleração da inflação de serviços, esses dados podem indicar que a política monetária restritiva vem surtindo efeito na economia. O Brasil está com a maior taxa de juros desde 2006, ou seja, desde quase 20 anos. Em maio, o comitê elevou a taxa básica pela sexta vez consecutiva, levando a Selic a 14,75%.

“O resultado de hoje deve consolidar a expectativa de fim de ciclo de alta da Selic, apesar de ainda vermos uma alta residual de 25 pontos base como sendo provável”, afirma André Valério, economista sênior do Inter.

Ele ressalta que a difusão caiu para 60 por cento, menor nível desde novembro e que a inflação de alimentos praticamente zerou, após oito meses de aumentos consecutivos. De acordo com o Boletim Focus, que coleta semanalmente projeções do mercado financeiro para índices econômicos, a Selic será mantida em 14,75% até o fim do ano. A mediana das projeções do IPCA foi revisada para baixo nesta semana, ando de 5,46% para 5,44%.

Para Gustavo Sung, economista da Suno Research, o IPCA de maio veio melhor do que o esperado, sendo um fator positivo para a próxima reunião do Copom. Mas ele mantem a projeção de alta de 0,25 pontos percentuais na Selic na semana que vem. Sung explica que, embora sete dos nove grupos ainda mostrem variação positiva, bens industriais, serviços subjacentes e a média dos núcleos desaceleraram.

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Ele também destaca que energia elétrica deve seguir pressionando o grupo Habitação nos próximos meses, com a perspectiva de bandeira vermelha 2 se as chuvas não melhorarem os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste. “Caso os próximos dados mostrem um comportamento mais benigno, especialmente em relação à atividade econômica e ao mercado de trabalho, é possível que o ciclo de alta de juros tenha chegado ao fim”, afirma.

Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, também vê alívio, mas adverte que a desinflação ainda não garante o cumprimento da meta. “O IPCA de maio registrou alta de 0,26%, um resultado melhor que as expectativas de mercado. A inflação continua incompatível com a trajetória de metas, mas melhora em relação ao panorama muito ruim visto nos primeiros meses do ano.” Para ela, bens industriais surpreenderam positivamente, enquanto os serviços permanecem elevados, exigindo cautela do Banco Central.

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