No fio da incerteza: mercado navega entre a PEC do IOF e o risco de nova guerra comercial
Haddad apresenta hoje proposta para substituir alta do IOF; mercado oscila à espera do pacote e em meio ao aumento de tensões entre EUA e China

O Ibovespa opera em queda nesta terça-feira, 3, à espera da definição em torno do imbróglio envolvendo o aumento do IOF. As ações da Petrobras que ajudaram a sustentar a alta do principal índice da B3 na véspera devido à valorização do petróleo, hoje, ao contrário, empurram o índice para baixo. Os papéis da petroleira cedem mais de 2%. O dia, no geral, é negativo para as comodities após dados privados da atividade manufatureira da China recuaram para abaixo da marca de 50, indicando contração da economia. O dólar opera com viés de baixa e era vendido a R$ 5,64 ao meio dia.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de lançar mais um balde de água fria sobre as expectativas globais. Em sua mais recente atualização, a entidade reduziu a projeção de crescimento do PIB mundial de 3,3% para 2,9% em 2025 e 2026, sinalizando uma desaceleração sincronizada. A razão central está nas crescentes fraturas do comércio internacional promovida pela política tarifária de Donald Trump. A tensão acerca do protecionismo do republicano foi elevado após ele as tarifas sobre o aço importado, elevando de 25% para 50%, além de acusar a China de descumprir os termos do acordo comercial firmado em seu governo.
Enquanto o mundo teme o “trumpismo” comercial, o Brasil enfrenta seus próprios dilemas. A tentativa do governo Lula de aumentar o IOF encontra forte resistência no Congresso. Para contornar o ime, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prepara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), com medidas arrecadatórios para substituir o IOF. A medida deve ser apresentada ainda hoje ao presidente Lula. Entre as ideias em estudo está um pacote de mudanças no setor de petróleo e gás natural que pode render R$ 35 bilhões até 2026, mas essa proposta não integra o texto da PEC.