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Reforma ministerial não resolverá os pecados capitais do governo 135w3z

Presidente distante da realidade e disputas internas de poder emperram o funcionamento da máquina e contribuem para a falta de rumo da gestão petista 95x2i

Por Daniel Pereira Atualizado em 2 mar 2025, 17h27 - Publicado em 2 mar 2025, 17h24

Depois de muito resistir à ideia, Lula concordou, no fim do ano ado, com a necessidade de fazer uma reforma ministerial para reorganizar o governo. Otimista por natureza, o presidente costumava distribuir elogios ao elenco escalado por ele, mas, diante da insistência de alguns conselheiros, resolveu promover mudanças pontuais na equipe. Quanto tomou essa decisão, a meta era melhorar a taxa de aprovação do governo, que estava estagnada. Agora, o objetivo é outro: estancar o derretimento de imagem e o aumento da rejeição ao petista, que supera a casa dos 60% nos maiores colégios eleitorais do país.

Partindo do controverso diagnóstico de que o problema principal da gestão é a comunicação, Lula mexeu primeiro no cargo responsável pelo setor no Palácio do Planalto, trocando o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, que cuidou da vitoriosa campanha presidencial de 2022. A mudança até agora não surtiu efeito positivo nas pesquisas. A fim de melhorar o desempenho governista na área de saúde, que aparece em primeiro ou segundo lugar na lista dos principais problemas citados pelos eleitores, o presidente também anunciou a demissão de Nísia Trindade, que será substituída por Alexandre Padilha, que comandou o Ministério da Saúde no governo Dilma Rousseff.

Na última sexta-feira, Lula escolheu a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, para comandar a articulação política, posto que era ocupado por Padilha e cobiçado por integrantes do Centrão. Haverá ainda troca de comando em outras pastas. O presidente quer acelerar a colheita de projetos, mostrar serviço, reconquistar pontos nas pesquisas e recuperar a força de sua eventual candidatura à reeleição. Não será fácil.

Tropeçando nas próprias pernas

Desde o início do terceiro de Lula, até aliados dizem que o governo é desarticulado, disfuncional e sem rumo. A responsabilidade por isso é principalmente do presidente. De início, ele priorizou a reinserção do Brasil no cenário internacional e o sonho de se tornar um líder global, missão na qual fracassou –e fracassou tanto que teve até a posição de líder regional abalada, depois do fiasco nas tratativas com o ditador venezuelano Nicolás Maduro.

Petistas esperavam que, no ano ado, o presidente voltasse a atenção para a agenda interna. Ele até se dedicou mais aos assuntos domésticos, mas, conforme seus aliados, com pouco paciência para tratá-los e, pior, mostrando-se cada vez mais alheio à realidade da população. Outrora festejado como um grande comunicador, Lula se distanciou dos eleitores. Seu discurso não mobiliza como antigamente e está baseado muitas vezes numa cartilha ultraada. Essa análise é quase consensual entre antigos conselheiros. Qualquer ajuste nessa questão específica depende não de reforma, mas do próprio mandatário. Ele, que adora a fama de nunca errar, mudará de atitude e discurso?

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Também pode ser debitada na conta de Lula outro problema central: a disputa interna entre os ministros mais poderosos, que atravanca projetos. O maior exemplo está no duelo entre o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o titular da Fazenda, Fernando Haddad. Ainda em 2023, o então presidente da Câmara, Arthur Lira, sugeriu a Lula que demitisse Costa e efetivasse Haddad na Casa Civil.

O deputado sugeriu também que o presidente assumisse logo a candidatura à reeleição, para que os dois ministros parassem de brigar pelo posto de sucessor. O conselho não foi aceito. Como de costume, Lula deixa a briga correr solta, para depois arbitrá-la e reafirmar seu poder. Não é à toa que até agora o governo não tenha um rumo claro nem trabalhe de forma coordenada.

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